sexta-feira, 30 de abril de 2010

O RATO e a CRIATURA


Foi mais ou menos assim. Pularei a parte anterior aos fatos realmente importantes, pra poupar você,leitor.
Vai que um dia, não assim de uma hora pra outra, mas tudo me encaminhou pra isso. Encasquetei que não bastaria ser desenhista, era preciso trabalhar na Disney. Nem que fosse vendendo cachorro quente no parque, o negócio era algo entre eu e o rato mais famoso do planeta, tipo um magnetismo, a princípio sem muita lógica.O caminho escolhido foi um curso de desenho animado no Estudio HGN. Coisa muito fina, o melhor do ramo. Já que o objetivo era grandioso, afinal a Disney não é propriamente um alvo facinho, vamos combinar, fui pras cabeças. E vai que um comenta daqui e outro comenta de lá e uma amiga de uma amiga vai trabalhar numa confecção e lá precisavam de desenhista pra desenvolver uma coleção licenciada pra Disney e... lá fui eu.Trabalhei ali e lá me apaixonei por moda e por um dos donos, que vem a ser o meu marido Pikatchu, olha o sinal. Saindo de lá e anos passando fui trabalhar em uma confecção no Bom Retiro em São Paulo, onde cuidava da estamparia e da programação visual. Limelight, esse é o lugar. Muito tenho a agradecer por esta experiência não só profissionalmente mas pelos AMIGOS que ali conquistei e que pra sempre estarão no meu coração. Não os citarei agora, mas sobre um em especial se trata também este post, pra que compreendam o fio da meada. Ali conheci o Sr. Vilson, da NSA grafica . Não se tratava somente de um fornecedor, mas de um amigo, a quem tenho profunda admiração e carinho. Mas o post deve seguir, vamos adiante. Saí da Limelight, abri o Estudio, que batiza este blog e muita agua continuou passando na vida desta CRIATURA da moda.Por motivos profissionais, depois de alguns anos, estou neste momento prestando serviço pra grafica, que fica em Bariri, no interior de São Paulo. E é pra lá que eu vou em inumeras ocasiões. E é lá que convivo com gente muito fina. E vai daí que ontem eu estava por lá, e por causa de uns rolos de papelão no banco de trás do carro do Renato, que além de uma graça de pessoa, ainda faz "sala" pra mim quando vou pra lá, se deu o seguinte episódio.
R-"Esses rolos são pra fazer um negócio lá no abrigo que eu sou voluntário."
C-Que legal Renato, é abrigo de que tipo... algo como uma FEBEM...
R- Não, é de criança abandonda, tipo orfanato.Lugar com criança e todos os tamanhos, Aliás chegou lá uma menininha de 23 dias...
Desse momento em diante, pensa em todo o resto que vou contar a seguir em slowmotion, pra que você entenda a profundidade do impacto.
C- Não me fala isso Renato... meu Deus... deve ser um sinal! Eu vou adotar uma menina esse ano. Estou vendo tudo que preciso fazer pra preencher o cadastro de adoção nacional... blá blá blá... meu Deus!!!
Algum diálogo se seguiu, coisas que não vou narrar agora, porque nem me lembro direito, já que dali em diante estou em estado de anestesia seguido de palpitação.
R- Aqui está o telefone do abrigo, você vai falar com a coordendora Rosana.
Deste momento em diante, um horizonte mais vasto do que os campos de cana de açucar daquele lugar se abriu na minha mente e no meu coração. Caiu uma ficha sabe...
Eu sempre, sempre acreditei em sinais. Não acho que absolutamente NADA é por acaso. E agora eu sei, assim.... simplesmente sei... que a minha boneca tem o pé vermelho, vai vir do interior. Não sei explicar o que me leva a esta certeza, eu simplesmente sei. Eu tive ali uma sensação talvez parecida com a que uma mulher tem ao pegar o exame e ler, POSITIVO. Eu simplesmente tive um impacto, o mais forte de toda minha vida. Ela está lá... no interior de São Paulo e eu nunca me senti assim.
OBRIGADA MICKEY, tenho certeza que isso tudo tem a ver com você.

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