HEROINA!

Uma breve atualização sobre o nada. Porque não... absolutamente nada aconteceu! Desde o primeiro dia do mês de fevereiro eu ligo naquela intituição falida, pobre e mal paga, desamparada e absolutamente publica chamada vara da infancia e juventude e as respostas que ouço do indivíduo de voz mole, do tipo que toma gardenal no café da manhã se resumem a socos no meu estomago. Pra poupar a digitação e os pífios nervos que me restaram digo que o supra sumo das frases proferidas pelo cristão, resumem bem todos os dialogos: "Ninguém pode te dar uma data. O numero que você aguarda, depende da apreciação do juiz, e ainda assim, não podemos garantir nada. Este parecer pode ser dado em 1 mês, como pode demorar mais 1 ano!"
E eu que durma com esse eco repercutindo na minha cabeça. Eu que me vire com as migalhas que a ansiedade me deixou. Eu que administre os cacos da esperança. Eu que esqueça, pra manter a sanidade que me resta, que do outro lado dessa peleja tem uma criança. Que ao menos nem sabe que eu existo. Que ao menos não me espera. Que ao menos nem desconfia dos dias que ainda estão por vir.
E desde então, se eu disser que estou animada, minto. Se eu disser que não passou pela minha cabeça utilizar os metodos escusos de adoção, minto. Se eu disser que não pensei em ir naquela vara e colocar pra fora o genio verde que mora dentro de mim, e chegar lá gritando, descontrolada e histérica, esta provavelmente seria a maior mentira de todas.
Eu voltaria a fumar, se a promessa que fiz pela minha irmã não valesse tão a pena.Eu me drogaria se não me iludisse que ainda tenho um fio de bom senso. Seria uma alcoolatra se enxergasse no fundo de um copo alguma luz. Eu me despi das virtudes da mamaezinha adotante. Mataram a pauladas as minhas certezas de que fiz a coisa certa quando resolvi dar entrada neste cadastro. Acabaram com tudo, parabéns!
Se eu vou desistir? Rá... essa é meu UNICO consolo. Isso é tudo que me restou. ESPERANÇA, CRIATURAS... esta sim é imortal.
Dedico a minha força a alguém que nem sabe o bem que anda me fazendo ultimamente. Alguém que desce com seu uniforme ninja, de mochilinha, e me faz o imenso favor de alimentar a minha esperança com um sorriso, um "eu te amo" e picoles do Rochinha. Vale a pena porque o fim é pra alguém como você. Obrigada Gabriel, muito obrigada por estar ali, com mão de garra junto comigo.