domingo, 20 de março de 2011

CRY ME A RIVER



A moça dançava. E enquanto girava, olhando de cima sua saia parecia uma flor. Uma flor aberta, como nos tempos de primavera. Dançava pra espantar os demonios, que com a musica se assustavam. A musica dizia que alguém chorou um rio. Um rio de aguás frias, um rio que seguia. A moça não deixou de girar, nem quando a musica parou. Dentro de si, o som permanecia, prevalecia, initerrupto. E enquanto ela se movia solitaria e descrente, o tempo passou. E dos olhos onde brotavam as lagrimas carregadas de desesperança, viu-se uma luz. E era um reflexo. Dos dias que tanto esperou.
Porque de certos momentos em diante, não há alternativas seguras. Escolhas a gente faz antes de pegar o caminho. E nos certos momentos, só nos resta seguir. Mesmo que só. Porque não me vale de nada a angustia. Não me vale de nada a tristeza, de perceber que não há luta, pois não há oponente. Dom Quixote é que sabia, o que é então lutar, contra os moinhos de vento.
A moça dançava. E enquanto girava, sentia-se viva. Porque o mais simples dos movimentos a tirava da inercia. A paralisia dos momentos tristes já não fazia mais efeito, enquanto a musica seguia dizendo pra chorar um rio.
Imagens maravilhosas daqui

Um comentário:

Divã das Baforetes disse...

ah q lindo isso amei! bjbj da Telma