Cheirava a lavanda. Aquele cheiro fresco de quem sai do banho, e vai pingando gotas multicoloridas pelo chão. O sorriso era pálido, quase transparente, assim como sua pele e seu humor naquele dia. Não tinha uma imagem fixa na mente, lembrava-se apenas de um borrão em tom pastel tremulando, refletido na parede gasta. A musica tocava baixa. Um dueto de gaita e violão. Um som que lembrava o peixe nadando, girando dentro do aquário. Suas guelras abertas, madrepérolas flutuando. Sentiu o toque da brisa que lambeu o seu cabelo, suspirou profundamente, fechou os olhos e seguiu... Os dias de cão se foram. Os desejos que não dependem dela foram guardados dentro de uma caixa, e não mais no coração. Os dias de cão se foram, e o laranja do reflexo que vem da janela é quase pêssego, quase triste, quase morto.
Um comentário:
Criatura
Venho através dessa, agradecer a V.Sa suas palavras de grande sabedoria, que espalha assim feito glitter que gruda sobre a superfície e brilha em nossas mentes abrindo o caminho para os pensamentos soltos encontrarem seu fluxo e seguirem como numa resposta das coisas que não podemos mudar e somente aceita-las, pra vivermos melhor!
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