quinta-feira, 26 de julho de 2012

ON THE ROAD!



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Estava eu e o meu Pikatchu numa estrada, uma alameda pra ser mais específica. Daquelas em que as copas das árvores se fundem no topo, formando um túnel verde, sombreado e fresco. A gente dentro do carro, a musica Baby Blue do Dave Mathews tocando e eu cantando junto, enquanto o vento que entrava pela janela e fazia meu cabelo voar. Eu tava com os pés no painel do carro, e minhas unhas estavam pintadas de rosa fuccia. Estava feliz, em paz, realizada como a muito não me sentia. Havia me desprendido desse muito que cada vez menos me faz sentido. Eu não preciso desse muito. Eu tentei nos últimos tempos realizar essa questão de formar uma família, indo pelo penhasco da adoção neste país de merda. Não rolou. E em virtude de tudo que não foi, me modifiquei. Não espero mais o telefone tocar, não espero mais alguém me sinalizar alguma alternativa. Não tenho mais vontade de mover nenhum músculo nessa direção. Desisti. E me tornei essa criatura que agora teve esse sonho, que pensando bem foi uma revelação. Ali, naquele carro eu e o Pikatchu, indo pra algum lugar onde o caminho que chega lá, é uma linda alameda. E a gente tinha um trailer. E esse trailer era assim como as fotos que ilustram este post. Tudo que eu precisava, era tudo que eu levava comigo. Como deve ser. A gente não deve precisar de muito mais do que aquilo que podemos carregar com a gente, se um dia houver um incêndio. E eu posso viver muito bem com essa frustração de não ter formado uma família margarina. Uma frustração possível pra alguém como eu. Fica ali aquela cicatriz do que não foi. Eu não esquecerei jamais que passei por isso na vida, mas... seguirei em frente, explorando as outras possibilidades possíveis. Okay, all right. E sendo assim, a gente seguia por essa estrada,  e logo a frente a gente parou no acostamento e comprou uma caixa de figos, que fiz um risoto pra jantarmos a noite sob um céu de estrelas.
Da estrada eu vejo as árvores, e as unhas são rosa fuccia. Não há cana pra todo lado, não há pés vermelhos, e a única criança que vejo, é a que mora dentro de mim.
On the road baibe, on the road... 


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