Muito maravilhoso é redundância eu sei. Assim como sei que não seremos nunca mais tão jovens quanto hoje. E que de tudo dessa vida, minhas tattoos são o que eu jamais me arrependerei. Ensinarei ao meu filho a comer brócolis com prazer e chocolate com culpa. Porque a culpa é inerente ao ser humano, e já que é pra tê-la, que seja por uma causa justa. Pouparei os lápis verdes água, e sempre saberei que lápis não tem plural, porque lápis é plural na sua essência, no sem fim que cabe ali. Pego a tesoura num dia extenuante de verão e pico a franja. Cortar o próprio cabelo é minha auto mutilação preferida. Penso no que vou jantar as quatro e meia da tarde, de como o tempo voa quando me entretenho no alheio, e que poderia ser mais produtiva do que nos últimos tempos. Aí lembro-me que culpa só por chocolate, e sigo em frente. Muito maravilhoso, termo que não caberia numa segunda feira, surpreende-me hoje. Eu aqui tentando escrever bonito, e a chuva chegando lá fora.
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