sexta-feira, 1 de março de 2013

UNICÓRNIO






Só depois é que foram descobrir. Abriram as caixas, reviraram os livros, bagunçaram tudo. Achavam que depois que ela partisse, nada mais restaria. Enganaram-se! Esperança partiu, quando a Realização chegou. Deixou à nova moradora recomendações por escrito, dizendo o que ali podia ser feito e o que jamais seria permitido. Sabia que nas frestas e nos desgastes da parede escondiam-se os dias. Sabia que as cicatrizes eram pra sempre, e os dias perdidos também. Mas sabia, acima de tudo, que jamais morreria, na lembrança do que viveram até ali. Pediu que houvessem sempre flores frescas, e que se reparasse todo dia, em que nuances o céu se tingia. Pediu cores em tudo, e que jamais a esquecessem. E encontrou um uso pras LÁGRIMAS... DESENHO! E virando fumaça partiu, num unicórnio. 

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